Nada me agrada

Como um quadro de Modigliani
me pinto impassível, majestosa, distante
poeta triste, rota, imaculada.

Para mim os dias são de madeira,
a chuva não molha,
os meus sentidos perecem suaves
ao fim da tarde…

O vazio escorrendo pelos meus tolos dedos,
ser exigente nas escolhas – esse é o meu Paraíso
Não é qualquer um que bate à minha porta
sou insolente, inflamo o ridículo,
sou orgulhosa como um bicho de chifres

Meus rabiscos são pegajosos como o mel,
é um inferno do qual eu costumo fugir.
Eu velejo com o tempo nas minhas próprias cores.
Jamais desejei outra cara que não a minha
E reconheço nela o que não sou também.

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